Vocês que dizem que eu deixei o meu irmão com fome. Saibam de uma coisa, quem ficava com o cartão da conta bancária que recebia a pensão era a minha mãe, e era a minha mãe que ia pro supermercado fazer a compra de comida. O dinheiro entrava na conta e ela ia pro supermercado, entre o dinheiro entrar na conta e ela ir ao supermercado não tinha nenhuma intervenção minha, O CARTÃO NÃO FICAVA COMIGO. Eu tenho certeza que se tivessem conversado com meu pai que o meu irmão precisava de mais comida, ele não hexitaria em aumentar o valor da pensão.
Eu só tinha dinheiro quando eu pedia pra ela ou quando eu fazia algum trabalho.
A única vez que eu fiz compra com o cartão da pensão foi em outubro de 2008, quando ela estava aqui em Vitória e eu e meu irmão ficamos em Porto Seguro, e ela soube do que aconteceu e brigou comigo, brigou muito.
Eu lembro que todo dia no café da manhã tinha leite, Nescau, pão e margarina; depois a gente só comia de novo no horário do almoço e tinha arroz, feijão, bife, alface e tomate; a tarde era o horário que a minha mãe ficava na loja e só chegava em casa 10 horas da noite, na maioria das vezes eu passava esse horário da tarde para a noite ou na loja ou na rua, aí eu também não comia, não. Eu tanto não comia que eu pensava 52 quilos, era o número que sempre apontava na balança quando eu me pesava. Eu lembro que toda noite eu ia no supermercado pra comprar o pão do outro dia de manhã. E eu lembro também que eu comia alguma coisa antes de dormir, porque eu dormia de barriga para baixo toda noite, com uma almofada na altura do abdômen pra fazer cocô no outro dia de manhã. Eu só não consigo lembrar o que eu comia à noite.
Não foi topzera, não, foi perrengue.
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