Para quem acha que eu estou mentindo.
1°. Tudo o que eu fazia dentro da cidade, eu fazia a pé, acontecia muito de eu sair a pé lá do final da estrada da balsa, eu morava quase em frente ao Eco Parque, e ir andando ou de bicicleta até o Frei Henrique, e aconteceu de eu sair de um after no Alto da Pitinga que eu fui, cheguei e dormi e acordei 3 horas da tarde, não comi o churrasco que estava acontecendo e fui andando até a Estrada da Balsa aonde eu morava, porque eu fiquei com vergonha de pedir alguém para pagar transporte pra mim e eu não tinha dinheiro;
2°. Para atravessar, com uniforme era gratuito, mas nos finais de semana, para atravessar a balsa sem pagar, nós tínhamos o "bote da balsa", que era esperar o portão abrir quando a balsa chegava e as pessoas desembarcavam e entrar durante o desembarque;
3°. Aconteceu duas vezes de eu ter como ir mas não ter como voltar e alguém "salvar" a minha volta para casa.
4°. Às vezes eu pegava carona;
5°. Pelo que eu me lembro, nós fazíamos tudo contando moedinhas, só tinha dinheiro quando eu fazia algum trabalho;
6°. E não, eu não bebia, se teve uma coisa que eu senti com força foi sede, dinheiro que eu tinha era 10 ou 15 reais pra dividir um doce com alguém e a maconha cada um dava 2 reais e não sobrava para comprar a água. Mas eu senti muita sede, MUITA SEDE, e não era em todo rolê que eu usava doce e a maconha durava a semana;
7°. E a balada que eu sempre ia, fiquei de fora algumas vezes porque eu não tinha dinheiro para pagar a entrada, ficava sentada na praia só curtindo o som. Eu entrava quando eu trabalhava panfletando para eles e conseguia a entrada gratuita, ou quando juntava a galera e cada um pagava um valor irrisório;
8°. E no final de todo, todo rolê eu voltava a pé. Já pegamos chuva, ficamos na praia, ficamos de rolê dentro da cidade. Eu acho que nós pagamos foi o maior mico, até hoje eu me pergunto aonde estavam os nossos pais.

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